segunda-feira, 25 de abril de 2011

A arte de viver bem com os outros



Bons relacionamentos
A arte de viver bem com os outros.
Por Ana Cristina Vargas

 
  Ter bons relacionamentos é uma arte. E falo de relacionamentos em geral. Exige que se tenha claro na mente alguns princípios, além das regras de boa educação e civilidade.

   O maior deles é ter consciência de que somos seres livres, e isso é uma dádiva divina que nos foi dado por Deus. Não deve ser esquecida ou relegada, e, sim, respeitada e usada com respeito, pois não é exclusividade: cada ser humano é livre.

   As amarras e as celas invisíveis atadas em algumas pessoas são criações humanas, fruto de uma cultura pouco espiritualizada. Escolhem ser infelizes, embora digam que não. Estão presas a ideias preconcebidas de como "as coisas devem ser".

   Nas relações de trabalho, confundem as noções de subordinação com subserviência, ou de autoridade com comando ditatorial e abusivo.

   Obviamente, tanto um quanto outro gerará insatisfação. Estão afastados do equilíbrio.

   Os preconceitos são pedras invisíveis que ferem a outra pessoa por pura falta de reflexão. Com piadas, comentários infelizes e olhares abelhudos e desrespeitosos, machuca alguém gratuitamente atacando a forma como aquele espírito se manifesta na matéria e que não pode ser modificada; é própria da sua natureza evolutiva neste momento: cor, raça, sexo, orientação sexual, crenças... Ao magoar gratuitamente, será difícil para você ter amigos.

   Queremos ser "donos" das pessoas que amamos. É o "meu", "a minha", tamanha possessividade que cega a pessoa. E o pior é que quando ela se apaixona, o objeto do amor não tem defeito: tudo o que ele dizia, ou fazia, o seu modo de vestir, de andar, etc eram simplesmente maravilhosos, e estar ao seu lado era puro prazer. Era a alma gêmea. Mas... o tempo passa, estabelece-se a intimidade e, quando menos percebem, um está querendo transformar o outro em alguém que seja à sombra de si ou na mula que o carregue e sirva como a um soberano. Pronto! Ai está a receita do desastre. Alguém abdicou da sua liberdade e permitiu ser desrespeitado. Cedeu um pouquinho a cada dia e, ao fim de alguns anos, anulou-se como pessoa. O resultado é: não se ama mais, nem é amado. Ninguém quer ter como companhia na vida um eco, uma sombra de si mesmo. De alma gêmea, virou algema.

   Em família, as coisas são um misto de tudo isto e um pouco mais. Relações de dominação, intrigas, rusgas, insatisfações, tolerância, anulações da personalidade são recheios do bolo.

   Esses conflitos de convivência passam pela incompreensão da liberdade. Somos livres e merecemos respeito. E essa liberdade não é absoluta, ou seja, não me dá o direito de ditar ordens na vida alheia, de invadir o espaço do outro dizendo e fazendo o que "eu acho certo", "o que eu faria". Ainda que seja um problema sério e a intenção seja de ajudar, precisamos lembrar que "os problemas" são as tarefas necessárias ao crescimento espiritual. Deixar que outro faça por nós ou fazer pelo outro é tirar a oportunidade que a vida dá de evoluir. É como colar na escola, um autoengano que, cedo ou tarde, terá um preço.

   Ser livre dá o direito de escolha sobre toda e qualquer coisa, e é bom pensarmos que temos o dever e o direito de escolher não se meter em questões alheias, de não permitir interferências indesejadas em nossas vidas, de exigir respeito ao nosso ser e ao nosso modo de ser; em qualquer situação, podemos escolher o que ver, ouvir e falar. São exercícios básicos para desenvolver espiritualidade. São simples e podem ser realizados em qualquer situação e local. Pense nisso! Depende de nós construirmos relações melhores e ambientes saudáveis para viver.

(CD) Série Palestras - Sem Medo de Ser Feliz
Luiz Gasparetto
CD
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